sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Capítulo 1 – O show

- Anda logo, Louise. Vamos nos atrasar. – chamou Julie, a melhor amiga de Louise.
Julie tinha a pele branca, era magra, dona de cabelos compridos, lisos e castanhos claros, assim como seus olhos. Era muito bonita. Mas não como Louise.
Louise também tinha a pele branca e era magra. Seus cabelos eram loiros, cacheados e compridos. Seus olhos eram cor de mel. Ela era muito linda, e muito cobiçada no bairro em que morava.
- Ta bom, ta bom. Já to indo. – respondeu Louise.
Louise e Julie eram amigas desde sempre. Suas famílias já eram amigas antes delas nascerem, então elas cresceram juntas e uma via a outra como irmã. E até hoje, com 16 anos cada uma, esse sentimento não mudou.
As duas amigas moravam em um bairro nobre de Dallas, uma cidade do Texas. Elas não eram ricas. Mas também não eram pobres.
Elas eram do que chamamos de classe média. Tinham tudo o que precisavam, e às vezes, até mais.
As meninas estavam se preparando para o show da Kimberly Torquato, uma cantora e atriz de Hollywood que era a musa inspiradora de Louise. Kimberly tinha 18 anos, cantava desde os cinco e atuava desde os oito. Ela era branca, com cabelos e olhos pretos. Era uma pessoa normal, com nada que chamasse atenção, tipo, olhos azuis, cabelos loiros... Essa história de conto de fada, sabe?
Mas para Louise ela era perfeita. A loirinha, que sonhava em ser atriz, sempre se espelhava na cantora pra atuar nas peças da escola. E admirava demais sua personalidade, sua força de vontade, seu senso de humor... Tudo. Admirava absolutamente tudo em Kimberly.

Julie estava na casa da amiga para poderem se arrumar juntas. O pai de Louise as iam levar para o show.
- Amiga, tem certeza que essa roupa ta legal? Porque se não tiver, eu vou trocar.
- Louise, ta ótima. Você ta linda, vai arrasar lá. – respondeu Julie, sem muita paciência.
Louise estava usando uma blusa do Mickey Mouse com um colete jeans por cima, uma calça skinny, e all star. Nada mais confortável.
Julie, ao contrário da amiga, não queria ir confortável, e sim, chique. Ela estava com uma saia de cintura alta, uma blusa de manga comprida e ankle boots, com saltos enormes.
- Julie, tem certeza que você vai com isso ai? – perguntou Louise, apontando para os sapatos da amiga. – Seus pés vão cair.
- Ih, que nada. Eu to acostumada. Além do mais, a fanática aqui, que vai ficar pulando e gritando, é você.
- Ta, né? Então vamos?
- Vamos. Antes que você cisme que essa roupa ta feia de novo.
As duas foram andando até a sala, onde estavam os pais e a irmã de Louise, para perguntarem se estavam bem arrumadas.
- Filha, você ta linda. – respondeu Megan, a mãe de Louise. – Ah Julie, você também está um arraso. Mas não vai cansar com esses sapatos não?
Megan não era tão alta. Ela tinha a pele morena, e os cabelos eram parecidos com os da filha, só que eram pretos e seus olhos eram castanhos. Ela trabalhava como colunista em um jornal famoso na cidade, o “Dallas News”. Ela escrevia textos sobre diversos assuntos. Tudo bem que na maioria das vezes ela escrevia sobre moda, mas quando tinha algum assunto que chocava a cidade ela fazia um comentário sobre ele.
- Ah, que nada! Tenho que me acostumar a usar salto, né? Eu quero ser modelo! – respondeu a quase-filha de Megan.
- Pai, vamos então? – chamou Louise.
O pai de Louise, Conrad, era advogado criminal. Ele era alto, magro e tinha cabelos pretos também. Mas na infância, os cabelos dele eram loiros, o que explica a cor do cabelo de Louise e Sophie.
Sophie era a irmã caçula de Louise. Ela tinha seis anos, e era um amor de menina, embora fosse muito bagunceira. Ela era branquinha, e tinha cabelos lisos e loiros. Ela estava sem os dentes da frente, e adorava tirar fotos mostrando as “janelinhas”. Ela dizia que ia mostrar para os futuros namorados dela como ela era bonita mesmo sem dentes.
- Maninha, olha o que eu aprendi a fazer no balé. – disse Sophie, enquanto saia rodopiando pela sala.
- Nossa, que linda! Tenho certeza que você vai arrasar na sua apresentação! – disse a loirinha, dando um beijo na bochecha da irmã. – Então pai, vamos? – repetiu a loirinha.
- Ah sim, claro filha. – respondeu Conrad, tirando pela primeira vez desde que Louise chegara na sala os olhos da TV. – Uaaaaaaaau, mas que gatas! – disse referindo-se a Louise e Julie. – Desse jeito vou ter que ficar lá no show com vocês!
- Pai, por favor, né?!
- Ta bom, vamos nessa então. – respondeu ele.
Todos se encaminharam então para a porta da sala.
A casa de Louise é uma típica casa americana. Embora típicas casas americanas não fossem comuns em Dallas. Acontece que Louise morava em um condomínio só de casas, tipo uma vila, e lá, todas as casas eram normais. Tem dois andares, uma garagem, onde ficam guardadas várias coisas além do carro, um porão, onde ficam guardadas mais coisas, um jardim na frente da casa, com um caminho de pedras até a porta da sala. E saindo pela porta da sala, do lado esquerdo do jardim, você encontra uma enorme mangueira (a árvore, e não uma mangueira tipo aquelas de bombeiro).
O carro do pai de Louise já estava fora da garagem, então, era só se despedir e entrar.
- Tchau filha, bom show. – disse Megan, dando um beijo na bochecha da filha.
Ela repetiu o gesto com Julie.
Sophie deu um beijo melecado de chocolate na irmã. Se Louise estivesse de mau humor, aquela seria uma boa hora para reclamações, mas como ia ver a Kimberly Torquato, ela apenas riu e retribuiu o beijo da pequena.
Feitas as despedidas, as meninas entraram no carro, onde Conrad já estava.
- E ai? O que vamos ouvir? – perguntou ele.
- KIMBERLY!! – responderam as meninas em coro
Conrad não esperava resposta diferente dessa, e ele já tinha o CD no carro, então foi só apertar o play.
Era estranho ver um homem de quase quarenta anos cantando as músicas de uma estrela adolescente, mas Louise achava o máximo.
Quando chegaram ao local do show, as meninas se depararam com uma fila enorme. Ainda eram 16h45min, faltavam 15 minutos para abrirem os portões.
- Não entendo por que abrem esses portões tão cedo. – disse Conrad. – O show só vai começar 20:00. É muito tempo pra ficar esperando.
- Ah pai, tudo bem, a gente não liga não.
- Bom, eu vou esperar aqui até vocês entrarem. Vamos pra fila?
Os quinze minutos passaram voando, e quando menos esperavam, a fila começou a andar.
- Tchau meninas, se divirtam hein! – disse Conrad, dando um beijo na testa de cada uma. – Quando acabar me liga.
- Ta bom pai. Tchau!
- Tchau, Conrad.
- Ai amiga, eu nem acredito que vou ver a Kimberly de perto. – disse Louise.
- Calma! Você já foi num show dela uma vez, né? Esse vai ser mais tranqüilo.
- Ah, eu sei que eu já fui, mas não é a mesma coisa.
Então elas foram caminhando até seus devidos lugares. E era realmente muito perto do palco. Colado com o palco.
Assim que Louise olhou para o local, ficou de queixo caído.
- É aqui mesmo, assim, tão perto? – perguntou a loirinha, com os olhos brilhando.
- Aham! – respondeu Julie, feliz com a expressão que viu no rosto da amiga.
Não tinha cadeiras no local, o jeito era ficar em pé esperando mesmo. Ou sentar no chão, que foi o que Louise e Julie fizeram.
O palco era em forma de “T”, e as amigas fizeram de tudo pra ficarem bem coladas na “passarela”. Quando finalmente encontraram o lugar perfeito, elas se sentaram no chão.
- Eu nem acredito que dentro de poucas horas nós vamos ver a Kimberly. Eu acho que vou passar mal.
- Não amiga, não pode. Senão você nem vai aproveitar o show. – disse Julie.
- É... Eu acho que posso esperar acabar pra passar mal!
As duas riram. As amigas ficaram ali, conversando por muito tempo.
- To com fome. – reclamou Julie.
- Demorou hoje, hein! – brincou Louise. – Vai lá comprar alguma coisa pra comer que eu guardo os lugares aqui.
- Ah é, você vai deitar no chão pra guardar o meu lugar?
- Huum... Bom, eu não tinha pensado nisso, mas é uma boa idéia. – e foi o que Louise fez. Deitou no chão. É, ela não era uma pessoa muito tímida, e costumava fazer o que tinha vontade.
- Fala sério, Louise, você vai ficar ai mesmo?
- Vou. Mas anda logo, não quero ser pisoteada aqui.
Julie riu. Ela já estava acostumada com o jeito da amiga, então nem achou muito estranha a atitude.
- Ta... Você vai querer alguma coisa?
- Aham. Pega o dinheiro na minha carteira e compra alguma coisa que você saiba que eu goste. – respondeu a loirinha.
- Ta. Volto em um segundo.
- Sem problemas. O chão até que ta confortável.
Julie saiu rindo. O quiosque onde ela foi não era muito perto. Mas também não era muito longe.
Louise ficou ali, deitada, de olhos fechados, imaginando que dentro de pouco tempo ia poder ver de perto (literalmente) a pessoa que mais a inspirava nas peças, a pessoa que tinha a voz mais doce, a pessoa que mostrou que não é necessário ser um modelinho clichê pra fazer sucesso, a pessoa que...
- Ta tudo bem com você, colega? – perguntou um menino. Um menino muito lindo na opinião de Louise.
Ela estava ali, sonhando com o momento mágico do show, e quando abriu os olhos um típico príncipe de conto de fadas estava olhando pra ela.
Bom, ele não era um típico príncipe, porque ele não era loiro, nem tinha olhos azuis. Mas se pararmos pra analisar, o príncipe da Branca de Neve também não tinha essas características e nem por isso deixou de ser príncipe. O fato é que o menino era realmente lindo. Ele era branco, com cabelos pretos e lisos. Seus olhos eram da mesma cor dos olhos de Louise, cor de mel. Seu sorriso era tão... tão perfeito.
- Ah, tudo... Tudo. É que eu to guardando o lugar da minha amiga, e... – Louise estava meio sem graça diante daquela situação.
- Tudo bem, eu posso fazer esse favor pra você. – respondeu o menino.
- Mas...
- Calma, eu vou sair quando ela chegar! Afinal, qual é o seu nome?
- Louise... E o seu é...?
- Marley.
- Mas Marley não é...
- Nome de cachorro? É sim. É que a minha mãe gostava muito daquele livro, e resolveu colocar meu nome de Marley. Meu pai não gostou muito da idéia, mas ela ameaçou terminar com ele e arrumar outro marido que quisesse ter um filho chamado Marley, então ele aceitou.
- Desculpa ter pensado isso, mas é que...
- Tudo bem, eu aturo piadas com o meu nome desde que eu entrei na escola. Nem me abalo mais. A propósito, Louise, seu nome é muito bonito.
- Obrigada!
- Fã da Kimberly?
- Viciaaaaaada! Suponho que você também seja né? Caso contrário não ia ter comprado os ingressos mais caros.
- É, sou sim. Ela canta pra caramba!
- É eu sei. Ah, legal isso. Você é o primeiro garoto que eu conheço que gosta da Kimberly. Quer dizer, tirando o meu pai...
- Seu pai gosta dela?
- Gosta! Tem que ouvi-lo cantando as músicas... É muito engraçado!
- Ah, eu adoro. Na verdade comecei a escutar por causa da minha irmã mais velha. E fiquei mais viciado do que ela.
- Ela ta aqui?
- Ta. Com o namorado dela. Por isso que eu vim dar uma volta.
- Ah sim... Entendi. Se você quiser, você pode ficar aqui perto da gente. Tenho certeza que a Julie não vai se importar.
- Sério mesmo? Bom, realmente é chato ficar perto de um casal se agarrando... Acho que vou aceitar seu convite!
- Okay então!
Louise tinha gostado de Marley. Ele parecia simpático e um modelo raro de meninos. Pelo menos um modelo raro em Dallas.
Marley também tinha gostado de Louise. O jeito dela de “não-tô-nem-ai-pra-nada” o deixou bem curioso para conhecê-la melhor.
- Amiga, só tinha pipoca e cachorro-quente lá. – disse Julie, chegando com as mãos completamente cheias. – E eu trouxe cachorro-quente porque alimenta mais, e a pipoca devia estar murcha.
- Tudo bem. Julie, esse é o Marley e ele vai ficar aqui com a gente, ta?
- Pffff... Marley? – Julie estava tentando conter o riso, embora fosse quase inevitável. – Err... Desculpa por eu ter rido...
- Tudo bem, já to acostumado. Prazer. – disse Marley, estendendo a mão para Julie.
- Igualmente. – respondeu ela.
Julie tinha comprado um cachorro-quente pra ela também, e um suco de pêssego para cada uma.
Quando Louise abriu a caixinha do cachorro-quente ela ficou meio desanimada.
- Cara, eu não acredito. Dez dólares por pão e salsicha? – reclamou a loirinha.
- Ah, tem sachês de ketchup e mostarda também... – falou Marley, tentando não rir do espanto de Louise.
- Legal, e eu só gosto de maionese, que por sinal, não tem aqui. Que droga.
- Amiga, em shows eles não costumam vender muitas coisas pra comer. – disse Julie. – Tinham outras coisas também, mas você não gostava de nada. Então eu trouxe isso mesmo.
- Tudo bem, a culpa não é sua... Mas eles podiam caprichar um pouquinho mais, né? Ah, eu to reclamando como se eu tivesse morrendo de fome, né?! Haha’
- Pois é. – concordou Julie. – Quem era pra reclamar aqui era eu.
- Marley, você quer um pedaço? – perguntou Louise, educadamente. – Sei que a propaganda que eu fiz não foi uma das melhores, mas...
- Haha. Tudo bem. Não quero não, obrigada. Você é fresca com comida, Louise? Dentre todas as coisas que vendem lá, você só gosta de pipoca e cachorro-quente?
- Bom, eu sou meio fresquinha sim...
- Meio fresquinha? – intrometeu-se Julie. – Você é fresca pra caramba, Louise. Cara, essa garota não come nada. É incrível. Nem de chocolate ela gosta, pra você ter uma noção.
- O QUE? Não gosta de chocolate? Na boa, você tem algum problema, né?
- Ué gente, eu não gosto... Meu paladar é exigente.
- Você come o que, exatamente? – quis saber o moreno.
- Ah... Eu não gosto de carne vermelha, só como frango e peixe. Mas depende de como for preparado. Verduras e legumes, eu até como alguns. Huum...
- Ela não gosta de queijo. – contou Julie.
- Ah Julie, nem é bem assim... Eu como sim.
- Aham, come quando você não vê.
- Então. É que eu não gosto de queijo em excesso, sabe? Tipo aquelas pizzas que vêm cheias de queijo, e quando você puxa um pedaço, fica aquele monte de queijo agarrado...
- Cara, aquilo que é bom. – disse Marley.
- É, respondendo a sua pergunta, eu sou sim fresca com comida. – Louise estava tentando fazer Marley entender que ela queria acabar com o assunto. Mas parece que ele não entendeu o recado.
- E você, Julie? Seu paladar é exigente também?
- Nem um pouco. – respondeu Julie. – Eu como de tudo. Tudo mesmo.
- É verdade, ela é meu oposto em relação a isso. – falou Louise. – Bom gente, vamos mudar de assunto?
Louise mal tinha começado a comer o cachorro-quente, mas seu suco já tinha acabado.
Eles ficaram ali, conversando por mais ou menos quarenta minutos. E quando eles menos esperavam, as luzes apagaram.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH – todos presentes começaram a gritar. E Louise, com certeza não ficou de fora.
- Caaaaaaaaaramba, eu acho que vou passar mal. – gritou uma menina que estava atrás de Louise, quase pulando em cima da loirinha.
- Acho que não vai ser difícil se você continuar gritando no meu ouvido. Eu mesma dou um jeito de você ir pra enfermaria. – reclamou a futura estrela de Hollywood, mas só quem ouviu o comentário foi Marley, que ficou rindo da situação.
A banda de Kimberly começou a tocar, e a multidão pirou mais ainda. Louise estava muito nervosa. Em instantes sua estrela favorita ia estar ali, bem perto.
- “I am confident, but I still have my moments baby, that’s just me...” – era Kimberly. Louise não podia acreditar.
E então, Kimberly apareceu. Linda, como sempre. Com uma calça jeans preta, uma blusa dourada e uma jaqueta de couro, também preta. Sua bota era um arraso. De salto alto. Louise parou de se mexer imediatamente. Ela não acreditava no que via. Tudo bem que ela já tinha ido num show da Kimberly antes, mas ela estava muito perto.
- Louise, você ta bem? – perguntou Julie, balançando a amiga.
- Ahaam. – respondeu Louise sem nem ao menos tirar os olhos do palco.
Julie esperou por alguns minutos para ver o que ia acontecer. Ela sabia que em algum momento Louise ia surtar. Ou ia chorar, ou ia gritar, ou ia fazer os dois... E não deu outra.
– CAAAAAAAAAAAAAAAARA, é a Kimberly! Ela ta aqui. Perto de mim. – gritou Louise.
E depois disso, ela começou a chorar. Mas nada escandalosamente. E afinal, ela não era a única que estava chorando. Muitas pessoas também estavam.
Depois desse “momento emoção”, Louise e Julie começaram a acompanhar a multidão, dançando, pulando e gritando.
Quando chegou a mais ou menos trinta minutos de show, Kimberly resolveu fazer uma “surpresa”. Digo “surpresa” porque ela sempre fazia isso nos shows, então os fãs meio que já esperavam.
- Quem é que ta a fim de subir no palco? – perguntou Kimberly.
Todos, sem exceção, começaram a gritar, implorando para que a estrela americana os chamasse, sem ao menos lembrarem se tinham vergonha de multidão ou não. Louise sabia que não tinha medo de multidão. Ela estava acostumada a se apresentar pra muita gente. Tudo bem que ali tinha um pouco mais do que ela estava acostumada, mas ela sabia que podia encarar, então começou a gritar com todas as suas cordas vocais.
- Você. – disse Kimberly apontando para um menino magrelo, branquelo e de cabelos ruivos enrolados.
O garoto nem acreditou. Mas quando ele caiu na real os seguranças já estavam com ele nas costas, o colocando em cima do palco. Quando ele subiu, nem um abraço em Kimberly ele conseguiu dar. Ficou pasmo olhando para a multidão.
Louise começou a chorar, assim como várias pessoas, por ter perdido a oportunidade de ficar frente a frente com sua estrela favorita.
- Qual é o seu nome? – perguntou Kimberly ao menino.
Ele nada respondeu. Apenas continuou olhando pra multidão.
Kimberly tentou perguntar de novo, mas antes que pudesse o garoto caiu desmaiado. Ela entrou em pânico, claro. Os paramédicos logo pegaram o garoto, que não demorou nem um minuto para acordar.
- Você ainda vai querer cantar comigo, é...? – perguntou Kimberly.
- Jake. Meu nome é Jake. E não, não vou querer cantar lá na frente de todo mundo. Eu sou tímido, não vou conseguir. – respondeu ele, ainda meio assustado. – Eu nem sei suas músicas, desculpa. Eu vim aqui acompanhar a minha irmã.
- Ah, tudo bem... Eu é que peço desculpas então. Você quer levar um CD autografado pra ela?
- Quero! Claro que quero! Ela vai amar! Muito obrigada, Kimberly, de verdade! – disse ele.
Então, Kimberly pegou um CD, autografou, e voltou para o palco.
- Bom gente, tivemos um problema aqui, e eu vou ter que escolher outra pessoa. – informou a cantora.
Mais gritaria. Mais choros. Mais empurrões. Louise viu que a tinha ganhado outra oportunidade, então começou a gritar com mais força ainda.
- EEEEEEEEEEEEEEU KIMBERLY. ME CHAMA, POR FAVOOOOOOOOOOOOOOR. – gritou a loirinha.
Parece que gritar tanto não funcionou. Kimberly chamou outro menino. Dessa vez um pouco mais bonito. E ele não desmaiou nem nada, muito pelo contrário, ele parecia bem a vontade no palco.
- Droga, eu perdi de novo. – falou Louise, chorando mais ainda.
Como ela estava perto do palco, Kimberly podia vê-la. E como ela era a que mais estava chorando ali, chamou a atenção da cantora.
- Ei loirinha, não fica assim não. –falou Kimberly. Todos que estavam ali por perto olharam pra Louise. Mas a loirinha estava de cabeça baixa, então Marley cutucou ela.
- Ou, eu acho que ela ta falando com você. – disse ele.
- Hã? – perguntou ela levantando a cabeça. – Que?
- Não chora, por favor. – falou Kimberly. – Eu não gosto de deixar meus fãs tristes.
Louise ficou boquiaberta.
- É comigo mesmo que ela ta falando? – perguntou para a amiga.
- É sim! – respondeu Julie, feliz da vida.
Louise apenas balançou a cabeça, afirmando que não ia mais chorar. E quando Kimberly virou para o garoto, ela começou a gritar.
- AAAAAAAAAAAAAH, A KIMBERLY FALOU COMIGO. ELA ME VIU. AAAAAAAAAAAAAH.
Marley, Julie e mais algumas pessoas que estavam por perto começaram a rir.
Para Louise, o show já tinha sido perfeito. Kimberly tinha falado com ela. E, mesmo que Kimberly não fosse mais se lembrar dela no futuro, pra ela, aquele dia ia ser inesquecível.
O show durou mais uma hora e meia, e no final, quando Kimberly foi se despedir, ela jogou os anéis e pulseiras para o público.
- Psiu. – chamou Kimberly.
Todos olharam, mas o ‘psiu’ tinha sido pra Louise. Ela jogou um anel escrito “Love” para a loirinha, piscou o olho, acenou pra todo mundo, e saiu do palco.
Pois é. Acabou. Louise não podia estar mais feliz, embora ainda estivesse paralisada olhando pro anel. Julie e Marley ficaram esperando por outro surto, mas não aconteceu.
- Que show... maravilhoso. – falou Louise com os olhos arregalados. – To pronta para o próximo.
- Ai amiga, que bom que você gostou. Você conseguiu o anel dela, e ela falou com você, viu? – Julie realmente estava feliz pela amiga.
- Loirinha de sorte você, hein! Sabia que esse era o anel preferido dela? – perguntou Marley.
- Sabia. – respondeu a loirinha, ainda maravilhada com o dia perfeito que ela havia tido. – E eu vou cuidar dele muito bem. Nunca vou usar, ele vai ficar guardado. Se ela quiser ir visitar ele, eu não vou reclamar.
Marley e Julie riram.
- Bom, vamos então? – chamou Julie. – Marley, foi um prazer conhecer você. Vamos continuar nos comunicando?
- Ah, com certeza. Vou adicionar vocês hoje mesmo. Orkut, MSN, facebook, vou seguir no twitter... Tudo!
- Okay então. Tchau!
- Tchau. – respondeu ele, dando um beijo na bochecha de Julie. – Tchau Louise. – disse ele. – foi muito bom conhecer você.
A loirinha ainda estava em outro mundo, mal conseguiu respondê-lo direito.
- Tchau. Você é muito legal, Marley... E... Tchau. – disse ela dando um beijo na bochecha do menino.
Então elas seguiram para o estacionamento, onde o pai de Louise já estava esperando. É, parece que ele ia ter muito o que ouvir durante o trajeto para casa.

Olá pessoal

Bom, acho que todas as pessoas que entrarem aqui já vão saber do que se trata. Eu vou postar os capítulos de um livro que eu estou escrevendo. Não sei se tá legal ou não, mas eu estou gostando de escrever. E espero que vocês também gostem de ler! Beijos ;*